Eis o Homem...
Nostálgico, quase deslumbrando de sentir, de sentir... Nada. Como que um dever mal-cumprido me pesando as costas, como que uma atitude imoral, amoral, controversa... Sinto-me um criminoso. Deveria secar-me a boca – mas ela já é seca –, suar-me o corpo – mas o calor já o fez –, tremer minhas mãos – mas elas já são trêmulas – e, por fim, congelá-las – mas elas já o são.
Não sinto – e sinto que o deveria sentir. Mas não o sinto mesmo quando sinto, pois até quando ocorre, sinto somente que não sinto. Ânsia, desejo, o coração palpitando em pávida arritmia... Não sinto, se não um leve assombro – como sempre o senti. Este medo que me persegue, este medo que me dá forças, que me faz corajoso... Até quando sou covarde.
Ecce Homo...