Na estrada do tempo, azul e branco,
Brilha uma luz opaca na calçada,
Olhos de gato com os pés já mancos
Na estreita simbiose da alvorada.
Brilha, apaga... Brinca o sol de esconde-esconde,
Passa o tempo, a lua busca, eterna enamorada,
Nos passos das estrelas um caminho por onde
Possa encontrar amor, já toda apaixonada.
Beija, escarra... Beija, escarra o verso da página,
Toda manchada de limbo, no limbo do espaço,
Com marcas amarelas na capa tão fina.
E enquanto a lua busca e o sol se esconde baixinho,
Fico eu preso na estrofe do embaraço,
Sem luz, sem calor, sem estrelas, a caminhar sozinho...
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
domingo, 2 de janeiro de 2011
Ode aos meus inimigos, que já se foram
Vede, enquanto sobe o desgosto,
O brilho fenecendo no horizonte.
Vede quanto mal já me tem posto
Este mar imenso sem uma ponte.
Vede o lusco-fusco dos vossos olhos
Nos espelhos das múltiplas paredes.
E os muros, tão cheios de anfibólios,
Nas profundas, velhas, redes...
Vossos olhos de lince já não vêem tanto?
Vossos olhos, tão cegos – opacos – de cristais,
Não podem ver este belo altar sacro-santo?
Vede ao menos como danço nos beirais
Das vossas memórias; e ouvi o breve canto
Que entôo nas vossas moradas sepulcrais.
O brilho fenecendo no horizonte.
Vede quanto mal já me tem posto
Este mar imenso sem uma ponte.
Vede o lusco-fusco dos vossos olhos
Nos espelhos das múltiplas paredes.
E os muros, tão cheios de anfibólios,
Nas profundas, velhas, redes...
Vossos olhos de lince já não vêem tanto?
Vossos olhos, tão cegos – opacos – de cristais,
Não podem ver este belo altar sacro-santo?
Vede ao menos como danço nos beirais
Das vossas memórias; e ouvi o breve canto
Que entôo nas vossas moradas sepulcrais.
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