terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Inverno Perfeito

Tanto gosto, tantas flores sem fim...

Em meus campos há rosas vermelhas,

Há rosas vermelhas em meu jardim


No inverno a conservação de rosas

Sob a quente lã de minhas ovelhas,

Mas as mortes das ovelhas não são nada glamorosas


No inverno, o rouxinol mantém-se vivo,

Cantando aos apaixonados ascéticos

As canções dos magos, bruxos e herméticos

Que souberam manter o amor cativo


Nos bailes, as damas não se vendem,

Nem por dinheiro, nem por fama ou poder,

Mas quando não amam se arrependem

Por fazer mais um apaixonado sofrer


Atenciosamente!

Marcelo dos Santos

Vontades...

Os homens são animais esplendorosos, mas, como animais, não podem agir diferentes do que diz a sua natureza.

Sim, meus amigos, a natureza do homem é pensar, refletir e agir. Eles não são diferentes do cão que persegue o gato e o pássaro por instinto “puro” e “inocente”. Mas, se o homem pensa apenas porque este é o seu instinto natural, porque ele se configura superior ao resto do mundo? Justamente por isso, por pensar... Não podemos negar tal verdade, o homem pensa, ou pensa que pensa, tanto faz, mas o que importa é que pensa e, pensando, mesmo que por conjecturas e mentiras, se torna superior aos que apenas tem impulsos físicos de pouca importância.

O cão que persegue o gato usa apenas de suas pernas e de sua condição física e, quando logo chega a fadiga, para e desiste, pois a desistência também esta em seu instinto. Logo, o homem se torna diferente justamente neste ponto, ele não usa apenas os meios físicos que lhe são dados, ele supera as suas perspectivas com o pensamento, com a reflexão... Não devemos dar, por isso, mais credito ao homem do que ao cachorro. Ambos apenas agem como devem agir.

Os homens têm impulsos, desejos, vontades... Mudando completamente a estrutura básica, que é o tema a ser abordado, de meu texto vou lhes falar das vontades. O homem, com seus impulsos que não são mais do que instintos, desejam prazeres, tanto físicos, espirituais quanto psicológicos, mas muitos deles não podem ser alcançados.

Muitos dos maiores filósofos que já buscaram o segredo da vida feliz encontraram nos prazeres, nos desejos, nas vontades o primeiro passo para tal estudo. Infelizmente nenhum deles saiu do primeiro passo... Alguns deles encontraram no prazer desregrado e bruto a alma da felicidade, mas muitos deles encontraram na vida regrada e ascética.

Penso, conjuntamente com muitos filósofos, que a chave para a felicidade esta nos desejos. Na diminuição dos desejos mais especificamente falando. Veja bem, quanto menos desejos tivermos mais iremos saná-los e continuaremos neste ciclo de ter um desejo, diminuí-lo e saciá-lo.

Falei muito para não falar nada!

Talvez este texto me tenha vindo a mente por estar extasiado com o mundo jurista e, volta e meia, pelos meus estudos tenha visto alguns escritos sobre o testamento... A última vontade!

Isso deve ter-me pegado de surpresa, pois nunca havia pensado na vontade desta maneira. Pensava nela enquanto vivo, enquanto a vontade fosse o corpo feminino, a vodka, o tabaco, o haxixe...

Agora, pensar a vontade como a ajuntamento dos entes queridos para uma última ceia, pensar a herança de um espelho dourado cravejado de pedras, cobiçado pela ganância humana, ser doado para mais um luxurioso baderneiro, ao passo que um móvel velho, estragado pelo tempo será herdado do mesmo jeito, só que com sentimento e não com arrogância.

Tudo isso me fez pensar... Pensar foi sempre ruim...


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