sábado, 26 de fevereiro de 2011

Afogo

Opresso pelo suor, quente o meu quarto,
Suam comigo as paredes brancas,
Quem dera fossem brancas as paredes sujas,
Manchadas de um bolor do chão às sancas...

Os ventos da janela aflita,
Toda moldada de cinza,
Sopram fraquejando
E o tocar me incita.

Toca o vento na quebrada palafita
Da miniatura que me serve de adorno.
Os livros de gramáticas envelhecem sem que eu perceba
Neste odor bafio, no tempo todo morno.

Passa tempo! Disse o cantor que tu não paras,
Não espera o meu tempo para passar.
Passa tempo! E o clamor se esbarra
Na minha agonia sisuda de pensar...