domingo, 20 de março de 2011

Não sou poeta

O poeta é um servidor,
Por isso que não sou poeta...
Quando quer, não pode,
Impulso de serviço é sua meta.

Não quero prisão de pensamento,
Livre que sou de espírito,
Prefiro antes o hábito
De correr nas intempéries do vento...

Sopro meu próprio rumo
E vou seguindo bem devagarzinho
Ou lépido como um passarinho
À bel medida de meu prumo...

Se o vento diz que não posso,
Passo do vento ao chão, a terra...
E quando dizem que é alto,
Desço descalço a verdejante serra.

Sou livre, cauto, mas liberto...
E para manter ares de letrado
Não me faço pouco zangado
E caio em um belo livro aberto.

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