quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Abençoados sejam os esquecidos, pois tiram o melhor de seus equívocos

Porque o tempo é tão frio e calculista? Já dizia um grande sábio: há menos ar no topo da montanha. E enquanto subimos, percebemos a dificuldade dos pulmões em se manterem cheios, vibrantes do fôlego do solo. Medo! Já morrestes por asfixia?

Eu nunca esqueço, e por tal, desventurado! Esqueceis? Que belo balsamo às dores do passado, dores de uma virginal proeza: a incapacidade da premonição. Preveni-vos com as cartas dos matemáticos e com o cofre dos reis, pois os sonhos passam, numa noite, de uma bela paisagem emblemática à um espelho da velhice. Preveni-vos, sim! Preveni-vos de morrerdes jovem, sem as dores do parto, às jovens mulheres, e os olores do suor da ordinariedade, aos aventureiros.

Precavei de todos estes males, forjados nas areias do Tempo. Precavei-vos para salvardes a vossa alma... Precavei-vos, pois eu já não posso mais...

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