quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Maldito Seja

Dize o verso que em minha mente explana todos os outros versos. Dize-o com a vontade do desejo, mesquinho a todas as outras vontades. Dize-o para que eu saiba, pois não me foi revelado ainda este verso, verso de inspiração ímpar!

Mas porque o sol se esconde em luto e porque, no luto do sol, a lua esbarra no ventre da sua agonia? E porque os campos tão sem flores e os bosques tão nus? E porque o fúlgido da Aurora se apagou na obscenidade do raiar do dia? E porque trocou o esmalte rosa pelo preto, acabando por tingir todas as pedras e flores com mais visgo e mais orvalho?

Visto minha mortalha em respeito ao sol... Visto-a para provocar a lua, com suas bilhões de concubinas, na orgia das constelações... Maldito seja Copérnico e seu latim cenobial... Conflagrado ao flagelo de Deus e a vontade das mentiras; e a verdade das vontades, vontades todas mentirosas...

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