quarta-feira, 28 de abril de 2010

Obscuridade

O que se escreve quando não se tem nada para escrever? O que se escreve quando estamos vazios? O que se escreve quando a nossa inspiração se esvai e não deseja mais voltar? O que se escreve quando se sente um desejo árduo e pesado de escrever enquanto a inspiração nos foge por entre os dedos e a tinta da caneta falha?
Meu Deus! Devo orar? Acendo uma vela à Inácio Loyola ou Agostinho? Santos que com suas mãos grotescas de humano puseram as suas almas em folhas e em linhas. Meus santos de ocre devem sanar-me alguma dúvida? Meus santos de palha devem ungir-me de óleo sacro e beijar-me com seus lábios virgens?
Não sei mais escrever!
Hei de me abster da escrita até que ela me volte a iluminar! Oh! Estrela! Oh! Estrela da noite, Oh! Primeira estrela da noite! Faça-me voltar a inspiração e que de mim nasçam mil contos, mil romances, mil crônicas, mil tratados, mil ensaios, mil peças de teatro, mil novelas, mil sonetos, mil poemas desregrados, mil epopéias, mil histórias contadas, mil histórias sem fim...
Oh! Amém!

Atenciosamente,
Marcelo dos Santos

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