segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Casa

O arame retorcido, em cima da casa do cachorro
Forma formas com as quais não se pode conter o riso,
Ou as lágrimas... O arame retorcido forma um coelho
E ainda forma o horror do abstrato inconciso...

Os tijolos da casa são marrons, cobertos de cinza...
O musgo das pedras ao redor é verde, quase vermelho,
Parece que quando o cachorro late, as vigas tremem,
O portão não camufla o som e eu caio indeciso no espelho...

Parece-me que falta ainda um pedaço de terra,
Toda coberta de árvores de múltiplas, várias cores...
Incompleto, talvez, o terreno vislumbra a pátria serra
E murcha no cheiro do fel, vibrando de dores...

Incompleto, secando o terreno de ponta a ponta,
Sentindo-lhe o cheiro, o gosto, a maciez do tato,
Termino também na mesma indecisão inconcisa
Que torna a fantasia do já o amanhã do fato...

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