sábado, 6 de novembro de 2010

Primeira parte

Inestimável, monótono... O dia passou e parece não ter fim... As folhas de prata que soltam do corpo da lua cobrem os meus pés cansados... Como quando, depois de uma longa viajem, tiramos os sapatos e andamos sobre a grama. Pois é deste modo que me sinto agora, depois de tudo.

Amanhã a árdua jornada continua, como se a alforria fosse temporária e o habeas corpus mal empregado. Ah! Teria sido melhor empregar outro advogado, um com mais energia, com mais gosto pela ação, um que fosse agente, mas não perdesse a esperteza da paciência... Sim! Agente e paciente...

Mas o que pode ser feito quando o julgamento acaba e a sentença prende-nos as mãos? Recorremos ou aceitamos? Ó, cruel dúvida misteriosa... O ser e o não-ser de todas as coisas, Máxime quando nos expomos sob o pretexto da ignorância...

Gasto agora o que deveria guardar para o amanhã. E o amanhã me vem com a doce lembrança do agora a pouco, nem com alegres cortesias, nem com tristes peçonhas, contanto apenas de modo a me impelir à cama! Obedeço agora o conselho dos mais sábios...

Boa noite!

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