segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Crônica Esquisitinha

O tempo passado, já coberto das lembranças estóicas doutra hora. O verso da capa por inteiro manchado e o bolor de todo um século acumulado. O livro das eras, que em eras tais passou e sob as nuvens de flechas e as ondas de sangue tudo aventurou. Não mo deixai jogado, como se não nos significasse nada. Por tanto, abro numa pagina amarelada e começo, e ponho-me, a lê-lo...

Ainda o recordo... nas margens de Novembro – ou já no seu poente –, os versos mal lidos e os contos vividos das longas jornadas, em prol das passadas, em prol das usadas frases felizes. Uma data em um milhão e nada muito especial, mas especialíssimo para mim, onde todo um novo grupo, pouco conhecido, pouco resolvido, pôs-se a melindrar... Nas conversas de roda, nas viagens pelos poemas, por entre temas que até mil temas duvidam. Por entre o íntimo e o corar.

Que das lindas donzelas, menos donzelas não faria, mas faria duvidar. Que se pode ouvir todo um poema e em lágrimas – de alegrias, tristezas, amores, dores, vergonhas ou astucias – não findar. Mas pondo-se à prova, das duvidas solenes, das duvidas perenes, terminam em provar. E de todos os mais métodos que não o empírico hesita-se em acreditar e manda-se aos Diabos as verdades reveladas, as verdades transcendentes, as verdades apriorísticas e inatas do místico e do racionalismo.

Mas voltando à narrativa daquela tarde – ou madrugada, eu já não me recordo – donde todos os segredos, donde todos os degredos das minhas mensagens e das mensagens d’outrem por entre subterfúgios, nas costas do ardil ouviram-se contar. E que histórias o verbo que de etimologias as margens mais sujas e dos substantivos veio herdar, um na origem filosófica, outro nas peripécias além mar!

Os cheiros peculiares, as poucas brincadeiras... E tudo rumando, rumando a terminar, pois do fim mais melancólico, pois do fim mais neurastênico o diacronismo do antigo, que com velhas paródias veio conversar, transcendeu as conversas, transcendeu as histórias, transcendeu as eras e o além mar.

E terminou comigo assim! Numa história sem cabeça, sem rumo, sem pés. Numa crônica dos versos que pus a rimar, sempre no infinitivo, sempre as normas cultas tentando preservar, não deixando que tal me atrapalhe em a história contar, que do tempo da norma não cansou em passar e do parnasiano aguado, dos sapos amuados, dos versos martelados bandeira soube pregar.

E nesta mesma flâmula das cabeças invertidas, dos pés mal posicionados, fico estatizado, ou eu quis dizer estático? Que no mesmo parece dar, quando as cortinas hão de descer e as luzes hão de apagar.

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