Na cruz do meu desejo,
Que não mais carrego,
Transvalorizo todos os valores
E curo aquilo que era cego.
Na ânsia inumana e febril
Com que se crucifica um pobre,
Torno a moral da morte
Um sentimento nobre...
Agora não me resta outra saída,
Ergo-me e grito, em disparada,
Jogo-me das vias do sepulcro
Na via menos que usada...
Observo os cervos pastando
Nos pastos das orgias cristãs...
E creio nos fulgidos penhascos
Da debilidade das minhas cãs.
Creio sem crença, de um querer humano
E nauseabundo... Creio no calor do mundo
Mais frio do que tudo mais profano...
Creio no amor humano preso no abismo mais profundo.
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