quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Crepúsculo de Psiquê

A fome dói! Imagino como podem suportar a vida, todos aqueles que são obrigados pelo destino a resistir até a ultima esperança. A esperança é tudo o que eles têm. É a única base que lhes permite manter a pose. Mesmo que seja uma pose escrava, onde o corpo e as rochas se confundem... Um mais baixo que o outro. A rocha não sente dor...

A rocha é inerte e tem como imortal a sua existência mesmo que o tempo a deteriore ou as mãos humanas a destruam ou a lapidem. Mesmo em tais circunstâncias ela vai ser sempre a mesma.

As flores devem sofrer dor, mas não a mesma que assola o homem! A dor dela não se diferencia do animalesco instinto de existência. Apenas uma parca dor física. As flores e os animais não transcendem o físico. Eles nunca vão refletir ou, inertes no tempo e no espaço, alcançaram a evolução espiritual.

A rocha também não pode alcançar evolução alguma, pois para se evoluir deve-se entender e as rochas não entendem. Quando da rocha, inerte em seu próprio ambiente, nascer uma gota de pensamento o mundo estará acabado, pois o pensamento traz dor. Imagine uma rocha lamuriante que sofre calada. Que dor...

Por que lamento as dores? Elas são aeterna veritas! Quando não mais houver dores eu descansarei o meu coração. Mas enquanto ainda me dói, vou apelar para a comoção do Diabo. Um gole de conhaque a luz do luar.

Uma gota de falsas esperanças para fracos pensadores que não mais suportam a busca pela verdade. Uma gota de mentiras para todos os santos covardes que temem encontrar verdades em suas loucas buscas no escuro.

Vou voltar a ajudar na sabia luta do “Crepúsculo dos Deuses”. Lá não penso e sirvo para alguma coisa...


Atenciosamente!

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