segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O que era passou... Hoje temo...

No passado, pensava a Filosofia uma Lua na mente. Não é impossível de ir, mas poucos conseguem. Hoje já não sei se penso, penso que penso fingindo pensar para, ao menos, acreditar na maior mentira que o mundo já viu. A mentira que diz que somos livres. Para que haja uma liberdade precisa haver os prisioneiros, o regime ditador e o próprio Carcereiro. Nunca fomos livres porque nunca fomos prisioneiros em lugar algum. Nem sequer existimos para que nos encarcerem.

Muitos dizem que a existência é uma ilusão ao qual nos apegamos para que nos sintamos bem com a mentira. Muitos dizem que esta ilusão é apenas um sonho e que a morte é o ato de acordar... Nosso sacro-despertador. Muitos dizem que a razão é a prisão e que a insanidade é a liberdade. Muitos dizem serem espíritos livres, mas continuam a vagar silentes pela mesma circunstancia que nos é normal.

Se houve um dia um espírito livre, ele não escreveu um livro sequer e nem mesmo criou pernas para andar sobre a morada dos escuros. O verdadeiro espírito livre é o feto natimorto que é untado com lágrimas maternas enquanto vê do alto o seu corpo ser levado a um altar de gesso e os monstros necrófagos lhe servirem de companhia. Um jantar de pele, tripas, olhos e carnes tendo como vinho, sangue em taças de areia.

A mesma ampulheta que marca o tempo das leves mordiscadas dos companheiros de jantar marca, também, o tempo que me resta para a chegada do mesmo festim. Tenho o convite desde meu primeiro dia de vida.

A morte nunca me assustou, até o dia em que Shakespeare me proclamou os versos duvidosos de Hamlet. Será que é possível haver sonhos até no sono derradeiro? Mesmo que não nos seja protegido o corpo e a mente? Será verdade um sonho tão terrível que pode ser até apenas o nada?

Se esta idéia for verdadeira, terei medo. Talvez já o tenha e não o queira aceitar por vergonha, medo ou fraqueza. Ter vergonha é normal, nossos pais nos impõem esta condição para que vivamos em sociedade. Ter medo do medo é normal, nossos próprios medos não assustam com suas marcaram de palhaço. Ter fraqueza é normal, pois se a não tivéssemos seriamos deuses.


Atenciosamente!

...

Um comentário:

  1. Deuses também têm fraquezas. Representam de modo mais "fantasioso" o que nós também podemos fazer ou as capacidades humanas que ainda não compreendemos. Dentre essas capacidades humanas está a de reagir contra a fraqueza a ponto de "neutralizá-la", mas não a excluí-la - uma maneira de lidar com ela; uma fraqueza é sempre uma fraqueza. Não tem como acabar com ela. Podemos aprender a lidar com elas, e é só. Os deuses "sabem" (ou saberiam) lidar, teriam o tal jogo-de-cintura para esconder ou compensar a fraqueza demonstrando força em outros pontos.
    Hahaha, todos nós somos deuses. Só nos falta a imortalidade.

    ResponderExcluir