segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Minha primeira desistência publica

O que é uma emoção? De que matéria bruta é feita? Em primeiro lugar, devemos entender que o homem a vê como uma espécie de conseqüência de algum fato ocorrido e que, por conseguinte, foi conseqüência de outro fato ocorrido... O homem é tolo em pensar a emoção como uma conseqüência, pois ela é a priori e se define por si só. Poderia outorgar-lhe caráter de substancia e a estudá-la separadamente de todo o resto. Ela seria um mundo a parte dos acontecimentos. Seria um ser com seu próprio deus e este deus seria ela. Talvez assim deva ser a todos os seres que habitam a superfície terrestre.

Entendendo que a emoção é um fenômeno e não um fato, podemos estudá-la. Devemos buscar a sua gênese, mas tal objetivo ainda é impossível; devemos buscar o seu apocalipse e veremos que é só mais uma gênese. Um reinício!

Nós, como homens de grande estima, conferimos a nós mesmos um sumo-caráter de superioridade sobre os outros seres e entes. É como se o mundo fosse feito apenas para nós e sua orbita girasse entorno de nossas cabeças. Devemos perder esta hipocrisia para que possamos ser capazes de não só entender, mas também aceitar a inferioridade humana. A emoção não precisa de nada para existir, ela apenas usa o homem para se manifestar. Se o homem não existisse, ela encontraria outros tantos meios.

É como a parábola de Guimarães Rosa sobre o Diabo. Ele existe, mas não tem permissão para vagar personificado sobre a face terrestre, então ele apenas existe em cada ser que em cá habita.

Já que não podemos estudar o seu início e descobrimos que o seu fim é só mais uma rota do Oroboros, passemos então para a sua existência. Ela nasce não sei de onde e se mantém constante enquanto existe no mundo da personificação carnal. Enquanto ela é expressa, ela é apenas mais um vínculo carnal e quando volta para o seu mundo inteligível evolui e existe acima de tudo.

DESISTO! A emoção não tem significado!


Atenciosamente!

...


Um comentário: