sábado, 7 de novembro de 2009

Por apresentação...

Nenhum verso é mais doce que a mentira!

Vou começar então os meus relatos com as rimas que não soam em sábios ouvidos inteligentes. Numa escura noite de sábado, ao forte mormaço da lua, que se faz de gélida, mórbida e morta, mas que no fundo está completamente nua. Eu pensei em escrever mil versos: poemas de amor à jovens, belas, musas impossíveis de se ter. Mas, somente, com bravura conseguiria ter coragem para a elas escrever. Pensei, então, idealizar o parto da mais augusta criatura, mas, sonolento, fraco e tísico, não consegui, ao menos, coragem com brancura para ler ao espelho as rimas mais maduras.

Vou, então, escrever ao mundo as minhas dores, sem que o mundo ouça e possa responder com mais que frases sem faces, nem nomes os erros que terei de cometer... Vou sentir medo no início, quando as duras críticas virem a soar suas mentes, mas não fugirei medroso, mesmo que me quebrem os dentes aos golpes de broncos martelos ou que, com pálidas verdades, venham me assombrar os anjos que povoam as noites de luar... Onde o calor é rei e a lua finge moça nobre ser, para que os homens venham idolatrá-la e sem perceber, venham sofrendo seus odores até que na ultima gota de suor venham por fim a perecer.


Meu pranto é mais doce do que os versos!

Nenhuma ponta de frase pode superar o sentimento que traz o choro com suas lágrimas de açúcar. Nenhum verso de Camões pode mostrar melhor o amor do que senti-lo enquanto sofre enquanto manda no que faz com sua vida. Nenhum verso inerte de Moraes pode provar mais o drama do que a novela humana que lhe foi inspiração. Nenhuma profecia de Anjos pode conter em si a dor de se ver o corpo corroído e a alma corroendo em se ver o castelo que antes lhe foi morada.

Se fosse possível, mil palavras demonstrar um mísero segundo, deixaria de viver para poder em meus versos sentir apenas os sentimentos que quero, vivendo as dores que passam, os amores que duram, a felicidade que é pura e o Deus que me protege e me dá a vida eterna.


Atenciosamente!

UM SOFREDOR

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