sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Manhã lamurienta...

Esta manhã de sexta-feira parece não ter gosto. O sol está encoberto pelas nuvens de chuva e o vento sopra como se estivesse a anunciar uma forte tempestade. Parece até poético dizer o que será dito, mas não temos outra opção. O céu está cinza como se nada alem da morte importasse. Até porque, não conhecemos nada além da morte... /heh

Hoje, por mais que todas as coisas pareçam ter me preparado uma surpresa e, mesmo que intente uma contista, nada vai dar realmente certo, vou continuar o observar o céu. O céu de hoje se assemelha muito aos antigos epitáfios de pobres e sovinas. O vento sopra tão forte... O céu esconde tanta beleza... Parece um ótimo dia para uma Transvalorização de todos os Valores.

Ouvi um galo cantar! É o primeiro som de vida que me lembro ter ouvido desde a hora derradeira do meu atropelamento do sono. Mentira! Ouvi mais sedo, ou ao menos pareceu que ouvi, um passarinho cantar. Ó, pobre é a ave que canta em dias chuvosos. Ó, afortunados são os impuros ouvidos entendidos que o ouvem. Ó, sábios são os que entendem que quando ouvem tal ventura, são afortunados.

A alegria me domina, o sorriso inundou o meu rosto... Minha sabedoria foi tardia. Pois só depois de muitas horas fui entender a minha ventura. Tanto faz, o passarinho já se foi e, chorando, eu fiquei...


Os passarinhos cantam para o céu,

Os humanos os ouvem de intrometidos.

Quisera eu ser um pássaro dos mortos

Para morte poder saber anunciar...


Mas seu eu fosse um pássaro da morte,

Estaria roubando o trabalho dos anjos

Ceifeiros que tanto labutam para matar

Todos os homens que na terra habitam


Ou que irão habitar. Não sofro por não

Ser um pássaro que não sabe anunciar

A morte, a vida, o amor, o ódio, o tudo...


Talvez na minha próxima chance eu,

Por sorte, venha a tirar uma carta animalesca:

A do pássaro noturno. Então começarei a cantar...


Atenciosamente!

...

Nenhum comentário:

Postar um comentário