segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Crepúsculo dos Sentidos

Quando amanheceu, o sol, sob as nuvens que clamavam a chuva, fingiu inda ser noite e não chegou. Os primeiros brilhos de seu olhar só me foram lançados quando o dia já a muito acordara. À ninguém ele enganou, pois mesmo escondendo sua presença sua densa temperatura ainda lhe demonstrava ser vivente.
O dia tinha tudo para ser perfeito. O sol estava sobrepondo a sua presença, mas continuava a lançar um tísico mormaço aos habitantes do submundo. Um dia com poucos, mas verdadeiros amigos...
Lembro ter sentido muitos sentimentos ao longo da manhã. De minha bela e semi-perfeita manhã... Talvez esta manhã tivesse sido melhor se não tivesse logrado alma de covarde. Oh! Porque Deus foi me fazer tão covarde? Ah! Muito provavelmente não foi Deus que me fez assim... A culpa nunca é de Deus. Nós é que somos fracos de mais para assumir nossos próprios erros e falhas, então procuramos alguém para culpar. E, por que não culpar a Deus?
Queria realmente ter sido corajoso. Nunca foi me dado coragem suficiente para agir, mesmo no medo, com maestria e augusto olhar. Sempre tive muito medo do que não conseguia ver.
Tenho mais medo ainda do que não sei explicar. Penso que este é o motivo de meu medo de emoções. A razão sempre me pareceu tão mais correta e bem formada.
Não vou mentir nem mesmo uma linha, pois sei estar mentindo apenas a mim mesmo. Não a maior arrependimento do que o arrependimento de não fazer. E, eu me arrependo profundamente das ações que não tomei.
Deveria ter beijado a boca da Sabedoria quando esta estava prostrada a minha frente, deveria ter sentido a sua pele e afagado os seus cabelos...
Agora o tempo passou e nenhumas destas ações podem ser tomadas da mesma forma. Vou mudar o meu modo de agir apenas para tentar uma nova investida. Porque fui fugir das investidas que tomei? O outro lado tentou, mas não consegui nem, ao menos, trincar o espelho. Perdão!
Acho que estou apaixonado pela Sabedoria! Isso me dó mais do que doença. Sinto coisas que não consigo entender. Nada é mais dolorido do que a cegueira... Se fossemos todos cegos o ensaio seria diferente e o rei caolho choraria de terror.
Nunca se deve dizer o que não se quer provar! Nunca se deve dizer: “Nunca...”
Nesta manhã, tinha tantos sentimentos para provar... Agora, só tenho a inerte morbidez do inexpressível. Agora, sou nada...

Atenciosamente!
Um Sofredor

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