terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nostalgia

Quando, num passado distante, meu corpo rumava ao cume duma montanha. Rumando a um Mosteiro que nos servia de escola, eu parei. Estava com rolos de pergaminhos no braço esquerdo e com um balde d’água no direito. Eu vi uma criança a andar lentamente. Isso está errado, as crianças devem ser agitadas e não devem dar ouvidos ao “NÃO”. Fiquei com alma fugitiva, apreensiva e desorientada. Doeu!

Quando continuei a andar, imaginei alguns velhos pulando enquanto aproveitam seus últimos suspiros e os jovens lentos marcando passo e contando o tempo para voltar à cama. Chorei pulsante pela atrocidade, mas continuei silente, sempre fui covarde.

Voltando ao rumo de minha vida, vi alguns velhos calmos de pernas fracas e mal colocadas, fiquei feliz... O mundo voltou a ser o que era... Um mundo de jovens impulsivos e de velhos caquéticos e moribundos.

Fiquei feliz! Nada me felicita mais do que o comum, mesmo que este seja uma mentira que nós nunca venhamos provar a sua falsidade.

“Não vivo, existo”. Disse um grande autor – Oscar Wilde.

Prefiro existir quando a dor da vida e forte e o gosto pela morte for só mais uma esquisitice humana. Sofro porque existo, se não existisse, não iria sofrer...

Quando penso que as crianças poderiam andar lentamente, imagino-as como o pensamento humano. Se o pensamento humano fosse lento, não teríamos a evolução. Eu não teria a tecnologia de meus pergaminhos com pena e tinta, teria apenas blocos de barro com martelo e cunha. Não teríamos a tecnologia do poço para retirar água, teríamos que todos andar até o rio em busca de água doce...

Amo a tecnologia... O Homem é tão inteligente...


Atenciosamente!

UM SOFREDOR...

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